domingo, 26 de abril de 2009

CUIDADO COM A LÍNGUA! [23.03.2009]

Neste programa da RTP dedicado à língua portuguesa são feitas referências às palavras parturiente, parir, alcançar, puérpera, puerpério, pueril, puericultura, cesariana, bebé, órgão, ófão, biberão e fralda. É também explicado o provérbio “De pequenino se torce o pepino”.

CUIDADO COM A LÍNGUA! [16.03.2009]

Neste programa da RTP dedicado à língua portuguesa são feitas referências às palavras rádio, ondas hertzianas, epónimo, ampere, watt, estúdio, África, berimbau, candonga, musseque, quindim, quitanda, soba e vatapá.

CUIDADO COM A LÍNGUA! [09.03.2009]

Neste programa da RTP dedicado à língua portuguesa é explicada a origem das palavras carona/ boleia, ignição, Dona-Elvira, carripana/calhambeque, ignição, pneu, cabriolet, climatológico/ climático, via, faixa, carro e alqueire e o significado das expressões ir na boleia e ir de boleia, conduzir à Fangio, armado em Fittipaldi e carradas de razão.

Mandato judicial - mandado judicial

Foi publicado na revista «VISÃO» N.º 842, de 23 de Abril do corrente ano, um artigo de António Barreto intitulado “DA LIBERDADE DOS PORTUGUESES”, no qual aparece escrito “mandato judicial” em vez de «mandado judicial» (ver cópia do artigo). Note-se que o erro aparece três vezes, o que é indesculpável numa revista de grande difusão, como o é a referida. Ora trata-se de um erro semântico. Embora a palavra exista, ela não significa aquilo que se pretende afirmar. Um mandato judicial é um «mandato que confere poderes de representação em juízo a um profissional do foro», segundo o Dicionário da Língua Portuguesa (7.ª edição), da Porto Editora. O mesmo dicionário indica, no que diz respeito a mandado, entre outras significações, «ordem, determinação escrita emanada de autoridade judicial ou administrativa».

No caso em apreço, deveria ter sido escrito «mandado judicial».

Para saber mais, ver também aqui e no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Professores de Português propõem aumento de 50 por cento na carga horária

13.04.2009 - 20h32 Lusa

A Associação de Professores de Português (APP) enviou hoje uma proposta à Assembleia da República para [que] seja aumentado de três para 4,5 horas semanais (mais 50 por cento) o horário daquela disciplina. Com este aumento, a carga semanal do horário dedicada à língua materna já se aproxima dos valores médios da dos países ocidentais que integram a OCDE, disse o presidente da APP.

O aumento refere-se ao número de horas semanais de língua portuguesa ministradas entre o quinto e o nono anos. O “documento de trabalho”, como lhe chamou Paulo Feytor Pinto, propõe ainda que a avaliação seja feita através de “critérios nacionais onde se possam aferir as três competências ouvir/falar, ler e escrever e não com exames, como acontece actualmente”.

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Fonte: PÚBLICO

sexta-feira, 10 de abril de 2009

OPINIÃO > António Emiliano: «As contas e os números do acordo ortográfico»

António Emiliano
Linguista ― Universidade Nova de Lisboa

O único documento oficial favorável ao Acordo Ortográfico de 1990 (AO) que se conhece é a “Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)” (anexo II do AO). Essa Nota contém, para além de múltiplas deficiências técnicas, lacunas graves: menciona estudos preliminares que ninguém viu e que não estão disponíveis, e refere dados quantitativos que ninguém pode verificar.

A Nota Explicativa defende, nomeadamente, o baixo impacto das mudanças ortográficas através de percentagens (menos de 2% de palavras afectadas pelo AO) calculadas a partir de uma lista de 110 mil palavras (de estrutura e composição desconhecidas) pertencentes ao “vocabulário geral da língua”, ignorando a) as frequências das palavras, b) as formas flexionadas das mesmas e c) a possibilidade de todas as palavras afectadas formarem combinatórias com outras, i.e., termos complexos, designações complexas, etc. É uma avaliação desprovida de método rigoroso e de base científica séria: a consideração eventual das frequências, das flexões (cada verbo tem mais de cinquenta formas distintas), das prefixações (atestadas e virtuais) e das combinatórias alterará radicalmente os números do impacto ortográfico do AO.

O Governo fez discretamente consultas em 2005, solicitando através do Instituto Camões pareceres a várias instituições: dois pareceres, o do Instituto de Linguística Teórica e Computacional e o da Associação Portuguesa de Linguística (APL), foram tornados públicos aquando da audição parlamentar de 7/4/2008. São pareceres negativos que apontam deficiências graves ao AO. A APL recomenda a suspensão do processo em curso e a não aprovação do 2.º Protocolo Modificativo. Estes pareceres foram tornados públicos, note-se, pelos autores, não pelo Instituto Camões ou pelo Governo. Um requerimento da deputada Zita Seabra permitiu recentemente o conhecimento de todas as entidades contactadas em 2005 e dos pareceres obtidos: há um parecer do Departamento de Linguística da Faculdade de Letras de Lisboa muito negativo, com as mesmas recomendações do parecer da APL, e outro da Academia da Ciências de Lisboa, defendendo a aplicação do AO, redigido por Malaca Casteleiro (MC), autor do AO (!).

No parecer de 2005, MC afirma que “a Academia das Ciências de Lisboa, através do seu Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa, está preparado e disponível para efectuar, num prazo de seis meses, uma primeira versão do referido Vocabulário [Ortográfico], com cerca de quatrocentas mil entradas lexicais”.

É informação inédita que não se conjuga facilmente com factos públicos:

1) os argumentos quantitativos de 1990 a favor do AO basearam-se numa lista de 110 mil palavras da Academia das Ciências;

2) o Dicionário da Academia de 2001, coordenado por MC, tem ca. 70 000 entradas;

3) MC foi substituído em 2006 na presidência do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Academia na sequência da elaboração de dicionários “conformes ao AO” publicados (em 2008) pela Texto Editores, Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa com ca. 250 000 entradas e Novo Dicionário da Língua Portuguesa com ca. 125 000;

4) MC é responsável por um projecto aprovado em 2006 pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia ― Dicionário ortográfico e de pronúncias do português europeu (PTDC/LIN/ /72833/2006) ― financiado com 70 000 €, com o qual se “pretende o desenvolvimento do primeiro dicionário ortográfico e de pronúncias para cerca de 150 mil lemas do português de norma europeia, que deverá constituir uma ferramenta linguística de referência a nível ortográfico, morfológico e fonético” (informação do sítio web da FCT).

Havendo informação objectiva que associa um dos principais autores do AO a listas de palavras de dimensões e composição distintas ― 110 mil palavras em 1990, 125 mil em 2008, 150 mil em 2006, 250 mil em 2008 e 400 mil em 2005 ― pergunta-se:

a) qual das listas é a mais fiável?

b) qual a credibilidade dos argumentos de 1990 baseados numa lista de 110 mil palavras?

c) como é possível o autor do AO apresentar no espaço de três anos vocabulários tão díspares?

d) por que razão, em resposta a consulta do Governo, MC declarou em 2005 poder apresentar em seis meses um vocabulário de 400 mil entradas mas em 2006 recebeu da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (ou seja, do Estado) financiamento de 70 000 € para realizar em três anos um vocabulário com 250 mil palavras?

Algo não bate certo nestes números, que requerem, naturalmente, explicações.

Diário de Notícias
Sexta-feira, 25 de Julho de 2008

terça-feira, 7 de abril de 2009

Homologados programas de Língua Portuguesa do Ensino Básico

A proposta de programas de Língua Portuguesa para o Ensino Básico foi homologada pelo Ministério da Educação, após ter estado em consulta pública.

A proposta é da autoria de uma equipa, coordenada por Carlos Reis, que integrou Ana Paula Dias, Assunção Themudo Caldeira Cabral, Encarnação Silva, Filomena Viegas, Glória Bastos, Irene Mota, Joaquim Segura e Mariana Oliveira Pinto.

A discussão do documento envolveu todas as instituições de ensino superior do país, professores do 1.º ciclo e de Língua Portuguesa dos 2.º e 3.º ciclos, orientadores de estágio, formadores, coordenadores de departamento e especialistas de várias áreas do saber ligadas ao ensino da língua.

A revisão foi acompanhada de estudos realizados pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), disponíveis na página da DGIDC .

Da consulta pública resultaram 161 pareceres favoráveis, 56 sem posição e apenas 28 contrários.

Fonte: Portal da Educação

segunda-feira, 6 de abril de 2009

CUIDADO COM A LÍNGUA ! [23.02.2009]

Neste programa da RTP dedicado à língua portuguesa é explicada a origem das palavras bife, conversar, desconversar e o significado das expressões ovo de Colombo e estamos conversados. São também ilustrados o pleonasmo e a ironia.

CUIDADO COM A LÍNGUA ! [16.02.2009]

Neste programa da RTP dedicado à língua portuguesa são explicados os significados das palavras colega, camarada, companheiro, hipoterapia, hipologia, hipomóvel, hipodromia, hipismo, equitação, hipopótamo e das expressões cavalo-de-batalha e cavalo de Átila.

Cavaco Silva: «Português tem de se afirmar como uma língua global»

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu o aproveitamento do “capital” que a língua portuguesa oferece, considerando que o português tem de se afirmar como uma “língua global”.

“O português tem de afirmar-se como uma ‘língua global’, uma língua que se pode ouvir nos quatro cantos do mundo e que, por isso mesmo, justifica que outros se sintam motivados a aprendê-la como língua estrangeira”, defendeu o chefe de Estado, numa intervenção na cerimónia de atribuição do Prémio Leya ao escritor Murilo Carvalho.

Sublinhando que actualmente a riqueza das nações não depende unicamente dos seus recursos naturais e da sua capacidade produtiva, existindo outro factores, “tanto ou mais importantes”, como a história, a cultura e a língua, que podem contribuir para alargar a sua margem de actuação no plano internacional, Cavaco Silva recordou a “herança” deixada aos portugueses há mais de 700 anos: a língua.

“Não podemos desperdiçar esse capital, que é sem dúvida um motivo de orgulho para os 240 milhões de falantes do português, mas que pode e deve ser também encarado como uma vantagem competitiva”, sublinhou, reforçando que o chamado “património imaterial” constitui não só um factor de coesão dos povos, como também um “factor estratégico decisivo nas relações entre os Estados”.

O Presidente da República explicou, depois, que foi por essa razão que a promoção da língua portuguesa se assumiu como um tema prioritário do programa da Presidência portuguesa da CPLP, porque os interesses comuns dessa comunidade impõem um trabalho conjunto para a crescente afirmação internacional do português, “em particular no quadro das Nações Unidas, onde o Português há muito justifica o estatuto de língua oficial”.

“Para que o português alcance o estatuto a que tem direito no plano internacional, é importante que a lusofonia, sem perder a diversidade ― que é a principal razão da sua importância no mundo ―, seja um espaço aberto em que se produz e circula conhecimento, um espaço no interior do qual a língua atenua as distâncias e torna mais fácil o relacionamento entre pessoas e entre países”, sustentou.

Fonte: Jornal de Notícias