domingo, 21 de junho de 2009

Pronome relativo «quem»

Quem disse?

«O anúncio foi feito ontem pelo secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, segundo quem podem ser dispensados da prova os professores que tiverem classificação de Bom ou mais na avaliação» («Professores com Bom não fazem prova de ingresso», C. S., Correio da Manhã, 13.06.2009, p. 23). Só queria que reparassem no uso relativamente invulgar do pronome relativo quem neste tipo de construção. É muito mais comum encontrarmos a construção «segundo o(a) qual». Contudo, neste caso, por se referir a uma pessoa, foi correctamente usado. Esta é mesmo a única possibilidade de usar este pronome relativo sem estar antecedido de preposição (e algumas gramáticas editadas no Brasil afirmam, incorrectamente, que este pronome só pode aparecer preposicionado), funcionando como sujeito da oração. Quem é o acusativo latino (quĕm) dos pronomes relativo, interrogativo e relativo indefinido qui, quis, tendo passado a desempenhar funções na língua portuguesa tanto de complemento como de sujeito de oração. Em espanhol, quien desempenha as mesmas funções sintácticas, mas, ao contrário do português, varia em número: ¿Quiénes son los mejores músicos del país? Em catalão, o pronome relativo referente a pessoas é qui, do latim quī: L’home de qui parlàvem.

Fonte: Assim Mesmo

terça-feira, 2 de junho de 2009

O que é «uma eminência parda»?

Eminência parda é alguém, um conselheiro, por exemplo, que está próximo de uma alta personalidade e que ocultamente toma todas as decisões. É a tradução do francês éminence grise, que era o nome que se dava ao padre Joseph de Tremblay (1577–1638), conselheiro do cardeal de Richelieu (1585–1642). Parda porque manobrava na sombra e porque vestia o hábito, negro, de capuchinho, a cuja ordem pertencia.