sábado, 23 de abril de 2011

Cuidado com a Língua! [21.03.2011]

Este programa desta nova série foi transmitido no passado dia 21 de Março, tendo sido explicados termos relacionados com a Marinha, a utilização do conjuntivo e algumas mudanças que se verificam na língua portuguesa com a entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico de 1990.

tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=21216&c_id=1&dif=tv&idpod=53503

RTP - CUIDADO COM A LÍNGUA!

domingo, 20 de março de 2011

Programa "Cuidado com a Língua!" regressa ao ecrã da RTP1

Diogo Infante continua a ser o rosto do programa

Programa “Cuidado com a Língua” de regresso à RTP1

20.03.2011 — 16:25 Por Paula Torres de Carvalho

Apresentado pelo actor Diogo Infante, o programa “Cuidado com a Língua” vai esclarecer dúvidas sobre a aplicação do Acordo Ortográfico.

O que muda e o que não muda com a aplicação do Acordo Ortográfico na escrita do português? O programa “Cuidado com a Língua!” que regressa esta segunda feira à RTP 1, logo a seguir ao telejornal, vai dar resposta a algumas dúvidas sobre as alterações num dos módulos da sétima série com 13 novos programas apresentados pelo actor Diogo Infante e com locução de Maria Flor Pedroso.

No quinto ano de emissões, “Cuidado com a Língua!” mantém o objectivo inicial: “estimular o culto pela língua portuguesa”, como diz o seu autor, o jornalista José Mário Costa, responsável do sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

O programa que estreia esta segunda feira é dedicado à Marinha e aos termos, expressões e curiosidades linguísticas com ela relacionados. Foi gravado na fragata Francisco de Almeida e conta com a participação dos actores Adriano Carvalho e Afonso Pimentel.

No novo módulo, através da abordagem da aplicação do Acordo Ortográfico, os telespectadores poderão tomar contacto “de uma forma informal, divertida, despreocupada” com algumas novidades agora impostas à língua portuguesa, nota José Mário Costa. Esta nova série abordará também temas como os faróis, os alfarrabistas, o balé e o chocolate. E ainda as profissões tradicionais e em extinção, como o amolador de facas e de tesouras, o alfaiate, a florista ou o padeiro.

Em declarações à Lusa, Diogo Infante considera que a sua participação no programa tem sido uma “aventura deliciosa”, com ampla “margem para a improvisação” e destaca a “vertente pedagógica” do programa. “Agrada-me estar associado a um programa com esta vertente pedagógica, que salvaguarda um património de todos nós, a língua”, salienta.

O actual director artístico do Teatro Nacional D. Maria II refere o mérito do guionista João Lopes Marques e elogia a realização e produção do programa — da responsabilidade de Ricardo Freitas e da produtora Até ao Fim do Mundo — sublinhando a “forma despretensiosa e não maçadora” como são abordados estes temas “delicados” referentes à língua portuguesa.

“Cuidado com a Língua!” manter-se-á no horário nobre da RTP para apontar os erros mais comuns que são cometidos no uso da língua portuguesa e para os corrigir, para contar a história das palavras que mudaram de sentido ao longo do tempo e de várias outras curiosidades.

PÚBLICO

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Anglicismos invadem a língua portuguesa

Já se “focalizou” no português que anda a falar?

26.01.2011 - 15:43 Por João Bonifácio

O novo português não precisa de se concentrar — precisa de se “focalizar”. Não tem de ser resistente — tem de ser “resiliente”. Não imprime um texto — “printa”. E não tem esperança — tem “ilusão”.

No domingo passado, quando as televisões anunciaram os resultados das sondagens, o nome que se ouviu nos vários canais abertos nacionais foi Cavaco Silva. Mas para quem assistiu aos programas de análise do processo eleitoral, o verdadeiro vencedor foi outro: a palavra “focalizar”.

Toda a gente “focalizou” na noite de domingo: ministros disseram que era hora de nos “focalizarmos” nos verdadeiros problemas do país, comentadores políticos abriram as suas intervenções assinalando que iam “focalizar-se” no discurso vingativo de Cavaco, membros dos media interromperam-nos para fazer a emissão “focalizar-se” neste ou naquele hotel onde políticos de ar muito — como dizer? — “focalizado” se aprestavam a começar os seus discursos. Foi, sem dúvida, uma vitória estrondosa.

Até há uns anos, quando a pessoa A achava que a pessoa B estava desconcentrada dizia: “Tens de te concentrar.” Hoje, se quiser fazer-se entender, terá de dizer: “Foca-te.”

O verbo “focalizar” usado — como tem sido — no sentido de “concentrar” é um anglicismo e deriva do inglês “to focus”. Por interferência fonética chega-se ao verbo “focar”. A este tem sido recentemente aplicado o sufixo “izar”. O resultado, “focalizar”, é um neologismo semântico, uma palavra que já existia, com um sentido restrito, e que ganhou um novo sentido.

Este é apenas um dos muitos casos de deturpações que se têm infiltrado na língua portuguesa, tornando-se de uso corrente. Já tínhamos o “salvar” (no sentido de “gravar”) vindo de “to save” ou “printar” (no sentido de “imprimir”) vindo de “to print”. Mas recentemente há toda uma nova vaga de neologismos semânticos, que vão de “realizar” (no sentido de “aperceber-se de”) a “ilusão” (no sentido de “esperança”).

Pergunta fatal: devemos começar a preparar as exéquias à língua portuguesa?

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PÚBLICO

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nova ortografia vai entrar (oficialmente) nas escolas a partir do próximo ano lectivo

Vai ser aplicado no próximo ano lectivo 2011/2012

Aplicação do acordo ortográfico publicada em Diário da República

Por Paula Torres de Carvalho

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa vai começar a ser aplicado nas escolas no próximo ano lectivo de 2011-2012 publica, hoje, o Diário da República.

A aplicação do Acordo Ortográfico dá assim cumprimento à resolução do Conselho de Ministros que determina que já a partir do próximo ano as novas normas da escrita sejam aplicadas pelas escolas portuguesas e, a partir de 1 de Janeiro, “ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades na dependência do Governo”.

O Acordo Ortográfico “simplifica e sistematiza vários aspectos da ortografia e elimina algumas excepções ortográficas, garantindo uma maior harmonização ortográfica”, lê-se no Diário da República.

PÚBLICO

Para saber mais:

Diário da República — Resolução n.º 8/2011

Conversor para a nova ortografia

Portal da Língua Portuguesa

As mudanças principais

sábado, 1 de janeiro de 2011

Será mesmo assim?

“Houve uma decadência no ensino da língua portuguesa”, diz Elsa Santos

A presidente da Sociedade da Língua Portuguesa, Elsa Santos, não estranha as dificuldades dos alunos na estruturação de um texto, justificando que nos últimos anos se descurou a gramática e os professores de português baixaram de qualidade.

ANTENA 1

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A regência de «preferir»

Desprestigiante

«Hesitante, prefere antes falar em romeno do que em francês» («Ciganos repatriados mantêm sonhos francês», Isabelle Wesselingh, Diário de Notícias, 20.08.2010, p. 25).

Que trapalhada, na verdade! O verbo preferir, e já aqui abordei diversas vezes a questão, rege a preposição a e não a construção do que, e o advérbio antes é pedido por outra construção. Este é, contudo, um erro já com fortes raízes. Outro exemplo da mesma edição deste jornal: «Legítima pretensão, mas Franco não tinha grande apreço pelo ramo da família de Carlos Hugo, preferindo antes a linhagem de D. Juan de Borbón» («Espanha perde o príncipe que disputou o trono com o Rei», Diário de Notícias, 20.08.2010, p. 49). Em relação ao primeiro excerto, porém, a questão é ainda outra. Isabelle Wesselingh é uma jornalista francesa, da agência France-Presse (AFP), e não escreveu o artigo em português. Alguém o traduziu, e traduziu com erros daquele jaez. A acompanhar a autoria, devia aparecer sempre o nome de quem fez a tradução.