quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A regência de «preferir»

Desprestigiante

«Hesitante, prefere antes falar em romeno do que em francês» («Ciganos repatriados mantêm sonhos francês», Isabelle Wesselingh, Diário de Notícias, 20.08.2010, p. 25).

Que trapalhada, na verdade! O verbo preferir, e já aqui abordei diversas vezes a questão, rege a preposição a e não a construção do que, e o advérbio antes é pedido por outra construção. Este é, contudo, um erro já com fortes raízes. Outro exemplo da mesma edição deste jornal: «Legítima pretensão, mas Franco não tinha grande apreço pelo ramo da família de Carlos Hugo, preferindo antes a linhagem de D. Juan de Borbón» («Espanha perde o príncipe que disputou o trono com o Rei», Diário de Notícias, 20.08.2010, p. 49). Em relação ao primeiro excerto, porém, a questão é ainda outra. Isabelle Wesselingh é uma jornalista francesa, da agência France-Presse (AFP), e não escreveu o artigo em português. Alguém o traduziu, e traduziu com erros daquele jaez. A acompanhar a autoria, devia aparecer sempre o nome de quem fez a tradução.


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