«Ao burro associam-se muitas estórias e, não raras vezes, qualidades pouco abonatórias» («Com o burro por companhia», Patrícia Carvalho, Público/P2, 25.07.2009, p. 8). José Neves Henriques, que lembrou que no português medieval se escrevia historia, estoria, istoria, não teve pruridos em escrever: «É uma palermice, porque, até agora, nunca confundimos os vários significados de história.» Este estudioso da língua recorreu a uma comparação para se perceber melhor a sua argumentação: «Seria ridículo começarmos, por exemplo, a empregar homem para indicar o ser humano em geral, isto é, a espécie humana, a humanidade; e omem, para designar qualquer ser humano do sexo masculino, como por exemplo em “aquele omem que está ali”, “o omem (= marido) da Joana”, “sanitários para omens”, etc.» Isto porque no português medieval, quando a ortografia ainda não estava fixada, se escrevia indiferentemente homem, omé, omee (com til no primeiro e).
Fonte: Assim Mesmo
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