Desprestigiante
«Hesitante, prefere antes falar em romeno do que em francês» («Ciganos repatriados mantêm sonhos francês», Isabelle Wesselingh, Diário de Notícias, 20.08.2010, p. 25).
Que trapalhada, na verdade! O verbo preferir, e já aqui abordei diversas vezes a questão, rege a preposição a e não a construção do que, e o advérbio antes é pedido por outra construção. Este é, contudo, um erro já com fortes raízes. Outro exemplo da mesma edição deste jornal: «Legítima pretensão, mas Franco não tinha grande apreço pelo ramo da família de Carlos Hugo, preferindo antes a linhagem de D. Juan de Borbón» («Espanha perde o príncipe que disputou o trono com o Rei», Diário de Notícias, 20.08.2010, p. 49). Em relação ao primeiro excerto, porém, a questão é ainda outra. Isabelle Wesselingh é uma jornalista francesa, da agência France-Presse (AFP), e não escreveu o artigo em português. Alguém o traduziu, e traduziu com erros daquele jaez. A acompanhar a autoria, devia aparecer sempre o nome de quem fez a tradução.